27.3.06

Toda vez que vejo uma santa ceia em lar humilde, sinto a vibração vermelha do cimento queimado com cera Bravo, sinto cheiro de hortelã tenra e cacos de azulejo, penso que nunca houve tal lugar – que nunca houve uma casa da avó. Quando estreito a temporalidade de toda a minha existência para o aqui-agora, eternamente presentificado, futuro e sobretudo o passado são obras ficcionais ou delírio. Ninguém se liberta do pingar dos segundos e bravos resistimos à la Prometeu.

Nenhum comentário: